Uma comunidade monástica existente em 1141, quando D. Afonso Henriques lhe concedeu carta de couto [lugar com privilégios], instalou-se numa encosta voltada para o Douro.
Os Cónegos Regrantes de Santo Agostinho tornaram Ancede num importante centro económico, cultural e espiritual.
Esta prosperidade permitiu o investimento em património, de que a igreja e o conjunto monástico são exemplos. Embora os vestígios da Igreja românica se resumam à rosácea e aos paramentos das paredes da cabeceira, a volumetria desta sugere que a igreja medieval teria dimensões consideráveis.
Foi destruída no século XVI aquando da transferência do Mosteiro para os dominicanos. Nessa altura terá sido edificada uma igreja contígua para os paroquianos.
Ambas foram destruídas no final do século XVII para dar lugar ao atual templo de três naves. Na capela-mor os elementos barrocos e neoclássicos conjugam-se com a rosácea românica.
Nas paredes das naves laterais destacam-se as pinturas dos séculos XVI a XVIII, o púlpito e o coro e, na sacristia, o móvel e o conjunto de relicários setecentistas.
No adro, a Capela do Senhor do Bom Despacho salienta um dos períodos mais notáveis do Mosteiro: o século XVIII. Esta capela barroca, de planta octangular, possui uma fascinante narrativa da vida de Cristo.
Apesar de se desconhecer a data da sua fundação, sabe-se que em 1120 este Mosteiro pertencia já à Diocese do Porto, estando ligado aos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho. Em 1141, D. Afonso Henriques vende a Carta de Couto ao abade do Mosteiro por 150 morabitinos.
Em 1560, é anexado ao Convento de São Domingos de Lisboa, por decisão do Papa Pio IV. No século XVIII constroem-se vários edifícios que ainda hoje notabilizam este conjunto arquitetónico: os Celeiros e a Adega, a Capela octogonal de Nosso Senhor do Bom Despacho e, provavelmente, o Fontanário. Nos inícios do séc. XIX, o Mosteiro foi vendido em hasta pública, ficando na posse do barão de Ancede…
A capela do Senhor do Bom Despacho integra o conjunto arquitetónico do mosteiro de Santo André de Ancede.
A construção desta capela situa-se na primeira metade do século XVIII, refletindo o gosto arquitetónico da época, ao adotar a planta octogonal e o estilo joanino, tipicamente barroco, para a decoração do interior. Desde a segunda metade do século XVI que o mosteiro de Santo André de Ancede se encontrava na posse do convento de S. Domingos de Lisboa, pelo que esta ligação se encontra profundamente materializada na decoração escultórica e pictórica desta capela.
A temática decorativa da capela é a do Rosário, estando explícita na tela pintada existente na tribuna do retábulo-mor, onde a Virgem Maria entrega o Rosário a S. Domingos, utilizado pelo monge dominicano na conversão dos hereges à fé católica.
Todos os conjuntos escultóricos dos retábulos apresentam os Mistérios de Cristo, de uma forma tridimensional e teatral, como uma verdadeira peça de teatro. As esculturas encontram-se posicionadas como atores de teatro, enquadradas em palcos com cenários pintados e cortinas esculpidas.
A nave apresenta um conjunto de seis retábulos com os Mistérios Gozosos.
Os Mistérios Dolorosos e Gloriosos estão retratados nos retábulos da capela-mor, cujos caixotões do teto integram os símbolos da Paixão de Cristo.
Desde os inícios do séc. XII, altura em que o Mosteiro de Santo André de Ancede foi fundado, que a sua história se encontra intimamente relacionada com a produção e a comercialização do vinho. Desde a época medieval, que o vinho era canalizado para a cidade do Porto, integrando os circuitos comerciais do Rio Douro…
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